Tudo na vida é uma luta da luz contra as trevas.
Só as mulheres sabem os humildes rituais de repor
todas as manhãs a harmonia do mundo:
acender
o fogo, alimentar os homens e os bichos
dar-lhes
de beber
e às plantas também.
As mulheres
da cidade fazem o mesmo de outras maneiras
com a ajuda
de máquinas
mas às vezes perguntam porquê.
A vida não tem porquê.
Viver é cumprir impulsos:
primeiro o de sair da barriga da Mãe
depois o de
atirar um filho para o mundo
e sempre assim
pela vida fora
sem nunca sabermos porquê.
Também os rios não sabem por que correm
e quer queiram quer não vão ao encontro do mar.